Vista de cima de brinquedos coloridos espalhados no chão, incluindo blocos de montar, carrinhos, e peças de encaixe, organizados de forma desordenada sobre uma superfície clara.

Autor: Neurodivertido

Ilustração em tons dourados e terrosos, feita com linhas contínuas e elegantes. Um pai está agachado oferecendo uma cumbuca de comida a uma criança que está de cócoras diante dele. Ambos são formados apenas por traços pretos fluidos, sobre um fundo limpo e suave, evocando calma, afeto e conexão entre gerações.

O açúcar como linguagem de afeto (e de descontrole)

Semana da Criança no Brasil.

Os meninos foram dormir fora de casa.
Minha esposa foi buscar e chegou me contando: doce pra todo lado.
Um amiguinho acordou vomitando, uma amiguinha com diarreia.
E olha que a semana já vinha doce — todo dia, algum agrado açucarado onde quer que fossem.

Presente, mas invisível: a exclusão aprendida na infância

Contexto da observação

Eu sou voluntário nas atividades educativas voltadas para crianças da comunidade que faço parte. Meu papel é acompanhar crianças neurodivergentes em um ambiente compartilhado com outras crianças de diversas faixas etárias, que são divididas em dois grupos, cada um com uma professora e atividades direcionadas. Estive com uma menina autista não verbal, que costuma se movimentar livremente pelo espaço, solfejando melodias enquanto caminha. Em geral, ela circula pela sala durante as atividades, observando de longe, mas raramente se engaja diretamente com os grupos.

Uma pessoa adulta sentada toca violino. A imagem é composta por laços e linhas contínuas.

TDAH não é falta de foco — é falta de estratégias.

E isso muda tudo.

15 anos atrás, atendi um cliente que é neurologista.
Numa conversa, pedi referências de leitura para alguém que não estuda medicina aprender sobre o cérebro.
Ele sugeriu começar pelos livros do Oliver Sacks, e segui lendo referências bem legais que, em algum momento, vou postar aqui.

Numa dessas leituras, conheci o Dr. Russell Barkley, chamado de “pai do TDAH” — e com razão. É um dos maiores especialistas do mundo.

Um pai ajoelhado na altura dos olhos de uma criança em um campo aberto com céu avermelhado de fim de tarde.

Nem tudo é TDAH

No primeiro ano da escola, meu filho era descrito como:

  • Agitado demais;
  • Impulsivo, queria responder tudo antes dos colegas;
  • Desorganizado;
  • Perdia o foco com facilidade.

A professora falava com carinho, mas a preocupação estava ali. Fizemos uma avaliação: o laudo apontou traços de TDAH e ansiedade social.

No segundo ano, a mesma coisa. Nova avaliação. Desta vez, o TDAH veio com sobrenome: impulsividade.

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